Deus está batendo na minha porta, ontem bem tarde e hoje de manhã. Uma janela quebrada, arrancada e usada, e eu que esperava ali, não ouvi nenhum aviso. Foi do frio para o ainda mais frio, e agora é tanto sangue que eu estou começando a me afogar. Dizem que de tempos em tempos os céus vêm abaixo para ajudar alguém a se perder e só deixam lágrimas e mentiras como respostas para você, e veias abertas. Deus sabe que eu fui embora, garota. Eu só quero que você venha até aqui. Deus também disse, isso é uma tempestade e você está prestes a cair. Esses pecados são meus e eu errei, é, errei. Distante dia, pra quem quer que tenha dito que nós nos purificamos com a chuva. Vejo vocês todos de tempos em tempos. Não é tão estranho o quão longe estamos todos nós agora? Sou eu o único que lembra daquele ano? Ah, eu lembro, todos os dias, todas as vezes, todas a vozes, aquele lugar que era salvo, a música que nós fazíamos e parece que o vento levou isso embora. Ainda vai um longo dia, tantas lágrimas que eu estou começando a me afogar. Toda a chuva do paraíso está caindo. Berços de ouro sustentam a coroa porque os sem sorte estão machucados. Medos e mentiras como respostas. Você, e chamas acesas. Deus sabe que eu fui embora, garota. Eu temo novamente, como então, que eu tenha perdido meu caminho e clamo a Deus que bateu na minha porta, uma última vez hoje de manhã.
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