9.11.09

viagem de degradação, 6

Jogue aí mais uma memória. Mova uma verdade. Pinte as palavras que eu as penduro na parede de uma forma que ecoe falso, caseiro, da espessura da mente. Eu sinto frio. Nunca ouço. Desgastado, cansado, ouço só a sirene distante vindo pelo último feixe de luz. Promessas abundam, mas é raro encontrá-las para começar. Talvez eu estou com medo para deixá-la todo o caminho. Ultimamente eu estou fora de mim, fingindo despreocupado, fcando em um canto de onde eu joguei a você uma virada. Eu passo. As flores na cruz permanecem marcando a cena final. Todo esse sangue derramado, pelo menos deixou a grama mais verde. A vida é curta. Não se esqueça dessa chance. Não viva uma canção triste. Arqueado, hipnotizado pela luz, tenho de obter algum. Ela disse "eu te perdôo... você deve fazer ou morrer... eu tenho que ir... não lamente o nosso tempo... você tem que me deixar ir...". Seu rosto é tudo que vejo. A fome não pode levar o prêmio. Agonize. Você tem que se mover sobre a beleza. Essa beleza não vista desde a última noite. Eu me desculpo. Estou acostumado. Eu abuso. Fazer o que? Aqui estou eu de novo, sentindo o tempo se arrastar, cansado de mim, descoberto, sem rosto, sem ver, em um corpo menos embaraçado, próspero, crescido, inconstante, mudando o rumo, substituido, chocando, querendo tudo. Queria levá-la para fora outra vez. Me dedicar fiel à forma, assim ser o único, apenas uma garantia. Continuar depois. Pegar tudo. Reconhecer que eu sou a sujeira debaixo dos seus pés, o idiota mais importante que você esqueceu. Todos já viram como eu me entrego, agora eu quero receber. Eu tenho certeza que você faria o mesmo por mim, por tudo aquilo que me lembra qual é o meu lugar, por todas as vezes que você me fez desaparecer. Eu sei que estou chegando ao fundo do poço, mas eu vou levar você por todo o caminho.

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